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Educação corporativa – A jornada do aprendiz no mundo do trabalho
10 de janeiro, 2018 - por Max Franco
Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa,
nunca tem medo e nunca se arrepende.
Leonardo Da Vinci
A contação de histórias é um método antigo de persuasão, capaz de expor valores e posicionamentos, com forte apelo emocional, que consegue atrair e conectar públicos com marcas e organizações. Como estratégia para conseguir a atenção dos colaboradores e clientes, surge o storytelling, recurso que utiliza as técnicas narrativas para fins mercadológicos.
A narrativa é uma das atividades mais antigas do ser humano. Ela nasceu com a linguagem e sempre foi permeada de mitos, lendas e heróis. Uma prática comum na literatura, teatro e até mesmo adotada pelos nossos avós, com a ideia de narrar casos populares, resgatar tradições e compartilhar memórias entre gerações.
O ser humano adora contar e ouvir histórias há tanto tempo que nem se sabe. Sabemos, porém, que a Ilíada e a Odisseia datam de muitos séculos antes de Cristo. É, sem dúvidas, uma prática ancestral. Todos ainda amam histórias e não há sinais de que deixaremos de amar. O mercado precisa da atenção das pessoas. Esta é a maior disputa de todas: a sua atenção. Porque há demandas demais, reclames demais. Como fazer para conquistar o seu tempo e o seu foco? Simples: conte uma boa história. Uma história emocional, repleta de verdades humanas e, aí, você terá toda a atenção das pessoas.
Para quais finalidades o storytelling vem sendo adotado pelas organizações em práticas comunicativas? Como o profissional que gostaria de se especializar neste campo pode se preparar?
O storytelling é usado para envolver clientes e engajar colaboradores. Toda marca deve saber contar a sua história para que a relação emocional com ela cresça entre todos os envolvidos com ela, seja o profissional que a produz ou a promove, seja o cliente que a consome, o qual é, sem dúvidas, o seu maior divulgador. Há poucas escolas no Brasil que trabalham com profundidade com storytelling. Sugiro que busquem essas escolas e, principalmente, leiam as produções sobre o tema. Entre estes, há o Storytelling e suas aplicações no mundo dos negócios. Ouvi falar que é excelente.
O storytelling apresenta grande potencial para as empresas se posicionarem e humanizarem o processo comunicativo, o que resulta em engajamento da audiência. Contudo, também vemos campanhas que geraram polêmica ao adotarem estratégias ficcionais, criando uma nova identidade para a marca. Algumas ficaram famosas e, inclusive, foram investigadas pelo Conar, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, no final de 2014. Você acredita que exista um limite criativo e ético na prática do storytelling? Claro que há. Uma coisa é ficção, outra coisa é mentir. A marca pode dizer que seu produto vem de nave espacial de Júpiter, desde que isso seja ficcional e não uma fraude. O problema é quando se deseja essa ligação emocional apelando para qualquer expediente. O storytelling não é bom nem mau. É como uma faca que serve para passar manteiga no pão, mas também serve para ferir. A política, as igrejas, o mercado estão sempre se utilizando de storytelling. Todos com as suas intenções. Nem sempre são as melhores.
De maneira geral, há uma tendência atual entre as grandes empresas que é a se preparar os próprios funcionários. Em outras palavras: Fazê-los estudar! Já que muitas das faculdades não preparam bem nem seus professores nem seus alunos, alguém precisa fazê-lo. Em vez de ficar com jogo de empurra, muitas corporações e empresas decidiram trazer esta função para as próprias.
Esta tendência é verificada pela quantidade crescente de “faculdades corporativas” que estão desabrochando em todo o mundo. Não é só uma questão de treinar os seus funcionários. Não há novidade em se realizar treinamentos. Isso é o mínimo que deve ser feito. É mais do que isso. É prover um programa contínuo de estudos e treinamentos, muitas vezes, certificados.
Esta iniciativa ocorre seja com uma estrutura bancada pela empresa seja em cursos in company, em parceria com faculdades ou universidades chanceladas pela mesma. Não vejo problema em qualquer uma das iniciativas, mas vejo – e bastante – quando a empresa não tem um projeto de formação continuada. Esta corporação está pedindo para sumir do mercado. Afinal, as suas concorrentes, se não o estão fazendo, mais cedo ou mais tarde, o farão. E onde não há preparação, sobra mediocridade. Onde não há aprofundamento, sobra incompetência. Além disso, inovação não nasce em ambientes áridos de ideias.
Tratando deste tema, sempre há aquele medo do gestor de desenvolver os seus talentos e vê-los depois partir para outra empresa. Às vezes, até para a concorrente. Sobre isto, há um dito que já virou clichê, mas nem por isso vou dispensá-lo:
– Só há uma coisa pior do que treinar o seu colaborador e vê-lo sair da empresa. É não especializá-lo e vê-lo ficar.
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