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Lançamentos do “A jornada do aprendiz”

07 de maio, 2018 - por Max Franco

Lançamentos do A JORNADA DO APRENDIZ: STORYTELLING E METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO

 

Neste último mês, revisitei uma das melhores sensações que um sujeito pode ter na vida: a emoção de lançar um livro.

Já fiz esta comparação antes e desconfio de que não seja usada por mim, mas o dia do lançamento de um livro geralmente se assemelha – para um escritor – com o dia do nascimento de um filho.   Eu, por fortuna, já desfrutei mais de uma vez destas duas alegrias indescritíveis e sei bem como elas ficam serelepes e saltitantes dentro do peito do pai e do autor.

Entretanto, estes arroubos de felicidade, no caso do livro, são claramente frutos de caprichos ou sandices dos mais profundos e apenas explicados em sessões de terapia. Por quê? Simples: porque poucos reconhecem e menos ainda leem.

Vivemos num país onde, mais ou menos, a metade da população jamais leu ou comprou um livro. É mais difícil ver brasileiro lotando livrarias do que me ver em academias de musculação. E sabem quem mais lê no Brasil? Presidiários. Isso mesmo! Mas isso só ocorre porque em alguns estados há leis que incentivam a leitura na prisão em troca de diminuição de penas. Até os universitários leem pouco. São de um a quatro livros por ano.  É a mesma média do brasileiro: quatro livros.

Eu poderia tratar também da qualidade da leitura. Poderia dizer que muitos estão destruindo árvores em vão para publicar livros de youtubers  ou de canastrões-gurus da “prosperidade”. Mas, não vou gastar palavras gratuitamente. De qualquer forma, é melhor ler obviedades e iniquidades do que fazer pichações ou atirar pedras nos carros na rua.

Mas, então, por que escrever?

Eu não sei o motivo dos outros, mas sei os meus.

Eu escrevo porque o sentimento precisa escoar. Há de se ter um duto qualquer, uma via de saída para tudo que vi, vivi e senti. Eu escrevo para não morrer sufocado e escrevo para não morrer jamais. Porque quem escreve deixa sempre um legado. Quem escreve, pode, porventura, em dez  ou cinquenta anos estar vivo e conversando com alguém. Com o sujeito que, por mera curiosidade ou genuíno interesse, buscar um livro seu na prateleira e se entreter com aquelas palavras escritas há tanto tempo. Nesta  hora, mesmo morto, estarei vivo.

E como já disse por aqui:

Adoraria escrever sobre o olhar ávido do menino da vitrine da loja de brinquedos. Quero escrever extraordinariamente sobre o ordinário. Quero escrever o jamais escrito, mas prescrito. Quero escrever ao amanhecer e também quando anoiteço. Quero rejeitar os ditames e eleger o proscrito. Quero o inescrevível, indescritível e o indiscreto.
Quero escrever como alguns, mas diferente de todos.
Porque só sabe mesmo bem escrever quem sabe ler e traduzir o vocabulário da própria alma. Porque alma boa é a que tem repertório. Alma com ficha corrida. Alma com curriculum vitae. Alma com programa de milhagem. Pois há quem tenha ouvido absoluto, eu tenho alma absoluta. Sinto tudo, demasiado, sempre e tudo me dói , me soa vibrando ininterrupto na alma.Quisera escrever sobre almas. Porque não sei se acredito em espíritos, mas há almas nas quais se pode confiar.
É sobre isso que quero escrever. Sobre tudo e sobre nada. Sobre o nada que se tudifica e, jamais, sobre o tudo nadificante, nadificável…

  – Em outras palavras, quero escrever porque sou louco.