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Das competências para o século XXI
15 de maio, 2018 - por Max Franco
Quais são as habilidades e competências necessárias para que, atualmente, o seu desempenho seja eficaz? Já sabemos que não basta apenas dominar a técnica, mas também possuir diversos predicados que lhe possibilitem merecer oportunidades, manter posições e até ganhar territórios.
Maquiavel fala que um líder de sucesso, ou o que chamamos hoje de gestor ou empreendedor eficiente, precisa de boas doses de Fortuna – a qual pode ser lida como “sorte”, para tudo que você não controla, e Virtù – que pode ser entendida como “virtude” ou melhor como “competência”, para tudo que você controla.
Sendo sincero, acredito que devemos perseguir a Virtú a qualquer custo, já que não há como patrocinar alguma sorte. sei que ela faz parte da equação, mas é elemento demasiado intangível para se contar (sempre!) com ela. Não se manipula a Fortuna. Ela aparece quando e onde quer, e para quem bem deseja.
Já a Virtude, sim, dá para se ter certo controle. Você pode ter talentos e inclinações para determinadas áreas. Mas também sabe que, sem treino e dedicação, jamais será realmente bom naquilo. Como diz Malcom Gladwell, são as dez mil horas de empenho numa mesma atividade que diferenciam os notáveis dos medíocres. Os Beatles, por exemplo, tocaram num bar na Alemanha durante anos até se tornarem os Beatles. Hemingway escrevia 1000 palavras por dia, todos os dias. Oscar Schmidt, o nosso “mão-santa”, arremessava mil bolas ao cesto depois do treino. Já que não dá para se construir a sorte, ao menos, com certeza, dá para construir a si, através de metas claras e muita (muita mesmo!) dedicação.
No século XXI, porém, não lhe bastará deveras ser excelente no que você se propõe e ter alguma sorte. Você também precisará de inteligência moral ou, como gostamos de repetir, ética. Kevin Spacey, por exemplo, é um excelente ator. Isso bastou para manter a sua carreira? Lance Amstrong era um exímio ciclista. Mas não foi por isso que ele perdeu seus títulos, medalhas e, por conseguinte, patrocínios.
Esta é questão atual: Maquiavel foi superado! Para ele, Virtù era strictu sensu. Você tinha que ser hábil no que se propõe. Hoje, a virtude é outra. Na verdade, é geral. Um sujeito tem que ser bom tecnicamente e infalível moralmente.
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