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Nada comum é precioso
20 de abril, 2019 - por Max Franco
Nem tudo que é raro é necessariamente valioso, mas tudo que é valioso é raro.
Pedras preciosas, por exemplo, se fossem encontradas em todo canto não seriam tão preciosas. Não é só estética, beleza e forma que definem preciosidade. Raridade é elemento essencial.
Pai é artigo em falta no mercado. Geralmente, o sujeito não tem mais de um. Eu, por exemplo, nem sequer um.
Pai, mãe, irmãos, filhos, portanto, precisam ser valorizados. Porque, afinal, são edições bem limitadas e, além disso, têm tempo de validade relativamente curto. Quando acabam acabam. Melhor segurar o máximo que se possa. Melhor guardar em cofre blindado e lustrá-los com zelo.
Amigos, amados, amáveis são tesouros. Ocorre mantê-los sempre próximos, ao alcance da mão, dos olhos, do coração, e não deixá-los sem manutenção ou cuidado.
Hoje em dia, sempre mais, é necessário que se ame o ser amado, que se queira o querido, que se estime o estimado.
Bom também é avaliar se não nos entregamos demais aos demais. Talvez seja adequado preservarmos a nossa raridade. Nada que seja comum e fácil pode ser encarado como extraordinário.
O fato é que – tantas vezes – aquele que se dá tanto, de tal forma e para tanta gente acaba por perder exclusividade. E aí vira arroz de festa.
Quem quiser ser peça de alfaiataria não pode agir como loja de departamento.
E pior, delivery.
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