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A Cultura Maker como opção para o período de pandemia
25 de maio, 2020 - por Max Franco
-Meus filhos aprenderam fazer bolo, pudim, brownie e mais um bocado de coisas nesse confinamento imposto pela disseminação do covid 19. Aprenderam também a limpar e arrumar a casa, lavar roupas e organizar suas coisas. Tudo nesse período de isolamento. Em compensação, quase não aprenderam nada no campo estritamente escolar. A pergunta que me ocorre a partir dessa conclusão é simples: como seria possível unir os dois?
A pandemia está aí já faz um tempo e as instituições de ensino estão fazendo malabarismos para conseguirem fornecer alguma coisa que seja encarado como uma entrega de valor para alunos e, consequentemente, para os respectivos pais. Afinal, falando de escolas particulares, são os pais que sustentam essas escolas.
Vários pedagogos e profissionais de Educação apontam que as instituições de ensino que estão tentando replicar no ambiente remoto o que era feito no presencial estão se equivocando amplamente. Esse fenômeno é enxergado, principalmente, quanto mais jovens são os alunos. Geralmente, um garoto de 16 anos apresenta maior desempenho ao acompanhar uma aula online do que outro de 8 ou 9 anos. Mas, como fazemos para oferecer atividades voltadas para cada faixa etária? A Educação (remota ou presencial) pode ser customizada?
A Cultura Maker e o desenvolvimentos de projetos podem ser opções aplicáveis para estimular o surgimento de soluções criativas para as dificuldades impostas pela modalidade remota e pelo confinamento. Há muita coisa, por exemplo, que pode ser aprendida ao se fazer um bolo ou no ato de limpar a sua casa. Antes de tudo, é preciso que pensemos a Educação como um processo sistêmico.
William Glasser (1925-2013) é um psiquiatra estadunidense célebre por vários estudos a respeito de saúde mental e comportamento humano. Apesar do foco de seu trabalho ser saúde mental, seus estudos são aplicados também na área da educação. A Pirâmide de Aprendizagem é um desses casos.
Esse estudo propõe uma mudança de visão nos modelos do ensino, o qual, em vez de adotar o estilo expositivo, no qual o estudante é um personagem passivo no processo de aprendizagem, apenas recebendo os conteúdos; a teoria estimula sua participação ativa para a construção do conhecimento.
Para a teoria de Glasser, somente uma parte do conhecimento é assimilada de acordo com a maneira com o qual você estuda. Por exemplo, se apenas é feita a leitura de um conteúdo, a porcentagem da retenção das informações é menor do que ao ter o assunto explicado por alguém ou por meio de trabalhos em equipe, tentando por em prática o que está sendo estudado.
Em outras palavras, Educar pela prática.
O aluno se torna protagonista da sua construção de conhecimento, além de conseguir entender por qual motivo estuda o que estuda. O movimento Maker, portanto, consegue dar sentido ao que se estuda e, pelo seu aspecto lúdico, engaja os alunos em atividades pedagógicas.
A cultura Maker é revolucionária, porque consegue mostrar que é possível se estudar e se aprender com prazer, curiosidade e criatividade.
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