10 LIVROS!

Quem diria?

Meu sonho de garoto era escrever – ao menos – um.

Mas, como costumo professar, depois de um tempo, talvez um sujeito tenha algo a dizer.

E ainda há mais um ensaio para a USP, uma dissertação de mestrado, um blog e algumas participações em coletâneas de diversas naturezas. Isso pode ser chamado de “obra”?

A verdade é que somente os outros podem dizer se alguém tem ou não uma obra. Obra nunca deveria ser coisa autoatribuída. Obra é homenagem. Afinal, só os olhos alheios são capazes de avaliar o peso (ou a ausência dele) de algo que alguém se dispõe a produzir. O operário é aquele que produz, mas a obra é batizada pelas mãos que não a esculpem. Neste caso, pode sim haver operário sem obra relevante, mas – jamais – haverá obra sem artífice. Ele pode ser até desconhecido ou erroneamente atribuído. Mas sempre existirá.

O operário das palavras existe e, neste caso, sou eu. Mas só você poderá dizer se há ou não uma obra.

Seria um sonho se você conseguisse encontrar algum brilho, um valor qualquer, nas palavras que despejo nestes papeis de todo o gênero. Inclusive os papeis que não são de celulose. Não me leve à mal, colega! É que – desde muito cedo – me apaixonei tanto por palavras que  não me bastou acariciá-las com meus olhos. Tive que colocar a boca e as mãos. Foi exatamente isto: uma gradação. Antes leitor, depois professor e, por fim, escritor.

Hoje, sou os três ao mesmo tempo. A cada dia. O dia inteiro um apaixonado por palavras.

Espero que você goste daquelas que, mesmo não sendo minhas, as pego emprestadas. Sujeito-as do meu jeito, às vezes desajeitado, desajustado. Porém, sempre, acarinhando-as, amando-as.

Quisera dispô-las mais do seu agrado. Quem dera…

Quem sabe, um dia.

Hoje de tarde. Amanhã.

Sei que tentarei até o último dia em que puder contemplá-las, balbuciá-las e manuseá-las.

Serão sempre as ações mais carinhosas.

Pois veja, leia e diga. Mas veja. É um convite.