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Heróis de verdade
07 de junho, 2016 - por Max Franco
O que tem a ver storytelling com o vídeo que acabamos de ver?
Absolutamente, tudo.
Uma das práticas mais clássicas do Storytelling é a de “heroicizar” alguém. É a antiga e eficiente técnica de criar heróis ou transformar pessoas e personagens em heróis. O cinema, a publicidade, a tv, os esportes, a religião fazem isso o tempo inteiro. Por quê? Simples: os heróis vendem mais. O peso moral de um mito é um excelente argumento para se vender algo, mesmo que seja um político ou até vassouras santas.
Neymar, Cristiano Ronaldo, Senna, John Lennon, São Francisco e até Jesus Cristo são os melhores vendedores que existem. Querendo eles participar da venda ou não, as imagens destas personalidades são utilizadas incansavelmente para que produtos sejam escoados e adquiridos amplamente. Você conseguiria, por exemplo, imaginar São Francisco de Assis, o santo da pobreza, o homem que só queria ser pobre, como garoto-propaganda de produtos manufaturados na China? Pois é…
Nesta excelente campanha da Natura, vemos uma abordagem completamente nova em relação à construção do herói, porque o herói aqui é cotidiano, real e difundido, porque – afinal – todo mundo tem pai. Por isso, sempre vai emocionar, seja pela falta, seja pela presença do pai. Tratar de família sempre envolve e engaja clientes e colaboradores.
A técnica, mais uma vez, utilizada é a do storydoing (hoje, quase onipresente). O tratamento, por sua vez, empregado pelos produtores da Campanha foi primoroso, principalmente porque o produto final, o filme, consegue ser sensível sem escorregar na comum casca de banana da pieguice.
Em todas as minhas palestras, aulas ou nos workshops nos quais veiculo essa peça, há sempre aplausos e lágrimas.
Inclusive, as minhas.
Parabéns, Natura. Continue contando boas histórias. É tudo que o público deseja.
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