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Storytelling do mal
25 de maio, 2016 - por Max Franco
Há dessas questões tão antigas quanto a humanidade:
– De onde viemos e para onde vamos?
– Há vida postmortem?
– Qual o sentido da vida?
– Onde está a Verdade?
Esta última consegue ser até mais intrigante (ou quase) do que a anterior. E, hoje, em tempos de excessos de informação e informação pingando ideologias, talvez seja ainda mais difícil elucidar este dilema e encontrar (alguma) verdade.
De uma coisa, porém , podemos ter certeza: cada um constrói a “sua” verdade. Uma verdade comprometida pelos interesses de quem a veicula. Uma versão onde, logicamente, o Céu sou eu e o inferno continua, desde Sartre, sendo o outro.
Qual o papel do Storytelling nisso?
A “Arte” de contar histórias é pródiga na útil tarefa de heroicizar a si e demonizar o outro. Os fatos são maquiados, as interpretações são manipuladas, e, assim, são construídas as famosas “narrativas”. Como sempre digo, são as histórias e não as retóricas que convencem os outros. Por isso, cada um se esforça usando todos os recursos possíveis, com toda a parafernália e pirotecnia que tem à mão, para fazer valer e impor a sua (conveniente) tese.
Há storytelling do mal e mau storytelling.
O Storytelling do mal é quando usam a ferramenta para “vender” como aceitáveis ou até louváveis produtos, pessoas, candidatos, teorias e empresas das mais questionáveis. É o que ocorreu com o nazismo, com as indústrias do cigarro e da bebida, com políticos bem conhecidos do nosso cenário nacional. Só o que há por aí é marqueteiro sem ética e especialista em colocar produto ruim em caixa bonita.
O mau storytelling é a condução mal feita das técnicas de narração de histórias. É quando aquele que se dispõe a contar a história não conhece a metologia, ignora, por exemplo, as fases da Jornada do herói, e, por sua vez, não consegue atrair emocionalmente o público.
Só consigo ver um antídoto para ambas, a leitura. Quanto mais informado você for, menos exposto aos efeitos nocivos destas práticas se torna. Leia, meu amigo. Leia sem pena.
O fato é que tanto uma quanto a outra são perniciosas. Evite-as a qualquer custo.
Confira como, com certa maquiagem e determinada “iluminação”, podemos alterar qualquer imagem:
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