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A média

18 de agosto, 2022 - por Max Franco

Segundo o palestrante e coach motivacional americano Jim Rohn, somos o resultado da convivência com as pessoas à nossa volta. Rohn é ainda mais específico, ele alega que somos a média das 5 pessoas com as quais mais convivemos.
Principalmente nos primeiros anos do século XX, diversos filósofos e psicólogos, tais como Marx e Vygotsky, defenderam a ideia de que “O homem é produto do meio”. É o velho “diga-me com quem tu andas, que eu direi quem tu és”.
Essa expressão, no entanto, de tão repetida, virou uma daquelas verdades de natureza absoluta. Só se esqueceram de que o “determinismo” tão defendido na década de 20 do século XX (!) já foi superado faz tempo.
A razão da revisão desse determinismo requentado é simples: somos livres! Somos – irrefutavelmente – “Condenados à liberdade”, como diz Sartre.
Particularmente, não aceito ser média de coisa alguma. A verdade é que a minha matemática é pouca e nem sequer gosto muito da disciplina.
O ser humano, portanto, está sempre fadado a reproduzir o que está a sua volta? Não temos inúmeros exemplos de sujeitos que se rebelaram contra o status quo e decidiram ser completamente diferentes do que determinava o seu meio? 
Por fim, me soa como mais uma esparrela de coach, tal qual a modinha do “segredo”, ou “teologia da prosperidade”, ou mesmo – a pior das infâmias – “o universo conspira a seu favor”, quando sabemos que o universo existe há bilhões de anos antes de você e existirá por mais tempo ainda. Em outras palavras: o universo não está nem aí para você, para mim, para todo mundo. O problema é, como dizia Goebbels, “uma mentira repetida mil vezes vira verdade”.
Afinal, o meio, decerto, nos influencia, mas não nos determina.
Somos o resultado do que podemos ser com o que queremos ser; somos o que o mundo nos empurra ser e o que conseguimos ser; somos, inclusive, fluidos, porque mudamos durante a vida em virtude dos casos e dos acasos que nos ocorrem; somos antigos e novos níveis de consciência, e de percepção de mundo, por isso, somos tanto quanto estamos.
Não venham me dizer que sou a média de nada, nem de ninguém.

Eu sou também, mas não só, porque eu sou isso e aquilo, e aquilo outro. Eu sou, outrossim, a minha revolta contra esse mundo @#$%¨&.
Nós somos soma e, não, divisão.

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