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O que não pode faltar a um líder?
14 de setembro, 2017 - por Max Franco
Estava com uma pergunta há tempos pululando na minha mente: haveria alguma habilidade que fosse comum entre todos os grandes líderes da humanidade?
A pergunta nasceu quando li o ranking publicado por Harvard após uma densa pesquisa entre 300 mil pessoas. Os pesquisadores pediram a estes indivíduos que lhes indicassem 4 habilidades, em ordem de importância, que seriam fundamentais nas atitudes de um líder. Publico, em anexo, o resultado para que todos o conheçam.
A primeira habilidade elencada, por exemplo, foi a “Capacidade de inspirar” e o que me intrigou (ainda intriga) foi o seguinte: todos os grandes são capazes de líderes da humanidade têm esta capacidade? Todos também eram bons oradores? Todos eram honestos e íntegros? E daí por diante…
Se não (e não eram muitos deles!), quais habilidades, de fato, são imprescindíveis para urdir esta desejada competência da liderança?
Decidi, então, montar um minicurso para investigar esta questão.
Em parceria com a escola de negócios Inova Business School, planejei uma atividade fazendo uso de metodologias ativas. Comecei com Storytelling, relatando alguns fatos conhecidos de vários líderes da humanidade (Júlio César, Alexandre, Gengis Khan, Mandela…), tratei da obra “O príncipe de Maquiavel, depois mostrei a pesquisa de Harvard e, em apresentação expositiva com debates, discutimos cada uma das habilidades definidas. Em seguida, por aclamação, escolhemos 8 líderes os quais serviriam de referências para o nosso questionamento: quais habilidades são comuns entre todos estes líderes?
Este foi o mote para a nossa atividade com PBL (Problem Based Learning). Dividimos, então, o grupo em 8 equipes e cada uma deveria pesquisar, fazendo uso da tecnologia que tinham em mãos, um dos líderes escolhidos (a maioria fez a pesquisa pelo aparelho celular).
No primeiro minicurso, realizado na GS1, em São Paulo, o primeiro líder determinado foi Jesus Cristo. O trabalho da equipe era observar, sem se deixar levar por paixões, afeições e desafeições, se o “personagem” detinha ou não de cada uma das habilidades expostas na pesquisa.
Devo dizer que foi uma atividade das mais desafiantes e esclarecedoras das quais já fiz parte como professor. A primeira descoberta que realizamos foi que, principalmente, na questão da “integridade e honestidade”, muitos dos líderes não serviam, de fato, como grandes modelos de ética e caráter. Daria para dizer, por exemplo, que Hitler, Stalin ou Mao Tse Tung eram seres humanos dos mais notáveis no quesito integridade? Mandela, Madre Tereza e Gandhi também eram? Devo dizer, caro leitor, que, pelas nossas pesquisas – para a nossa surpresa estes últimos, – por exemplo, estão longe de serem considerados unanimidades, apesar de serem “santificados” pelo senso comum. Mas, esses senões, não obstante, não lhes subtraem a imensa capacidade de liderar que ambos demonstraram.
Depois de 40 minutos de pesquisa procurando identificar cada uma das habilidades na prática do líder escolhido, as equipes apresentaram os seus resultados. Este trabalho de estudo híbrido, porque também envolveu o uso de tecnologia, terminou como seminário, com os alunos apresentando os resultados das suas pesquisas para os demais que tinha como intuito encontrar alguma síntese e uma resposta para a nossa pergunta inicial: há alguma habilidade comum entre os grandes líderes?
O momento da apresentação de cada um dos relatores dificilmente poderia ter sido mais rico. E, depois de muitos conceitos e preconceitos despencados por terra sobre a vida destes célebres líderes mundiais, nesta edição do minicurso, chegamos à conclusão de que apenas duas características se mantiveram entre todos os pesquisados. Quais? “Capacidade de inspirar e Foco em resultados.”
Em outras palavras, só há um elemento realmente prático: o Foco em resultados, já que “Capacidade de inspirar” (como também o tal “carisma”) é um conceito bastante subjetivo.
Qual é, portanto, a habilidade que nunca pode faltar a um líder? Manter o foco num resultado e ser insistente, perseverante, teimoso, obstinado em alcançá-lo. Num mundo cheio de gente perdida, tonta e estabanada, quem sabe aonde quer ir tem tudo para ser seguido. Mesmo que não seja o melhor caminho ou o destino correto, este é o fato!
Em suma, fiquei bastante satisfeito com o trabalho. Mais pelo processo participativo, na verdade, do que pela conclusão, porque observei como o uso de metodologias ativas pode, realmente, envolver os aprendizes e levá-los a uma maior construção dos seus saberes.
Nada como protagonizar as próprias descobertas para proporcionar uma Educação mais efetiva, emocional e integral.
Espero, então, que esta minha experiência sirva de inspiração para os colegas educadores.
https://hbr.org/2014/07/the-skills-leaders-need-at-every-levelHabilidades de um líder
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