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A trilha sonora da jornada

10 de abril, 2018 - por Max Franco

Viajar é geralmente muito bom.

Viajar ao som de uma boa música, é melhor ainda.

No caso da Jornada do aprendiz, que é a versão mais lúdica (e divertida) do velho jargão “processo de ensino-aprendizagem”, há também a sua trilha sonora: o bom e velho jazz!

Não é difícil de se entender como trabalhar com as metodologias ativas na Educação. Basta que você imagine a alegoria que lhe trago: pense na sala de aula como uma banda de jazz. Mas, quem faz a maioria dos solos é o aluno.

Você ensaia os números, treina as técnicas, motiva quando o aprendiz desanima, corrige quando erra, permite que erre para que aprenda, entusiasma quando acerta e pode até tocar junto. Mas são eles que devem brilhar. Todos já sabem que você sabe tocar. São eles que precisam aprender. Quem? Principalmente, aqueles que não tocam bem. Qual é o mérito de ensinar para quem já sabe ou para quem tem facilidade? O seu maior prêmio, caro professor, é aquele garoto tímido que não quer nem sequer pegar no instrumento ou a menina que, talvez, vá tentar quebrar o violão na cabeça da coleguinha (ou na sua!). A maior conquista reside no difícil de conquistar. Para isso, você terá como apoio os melhores métodos.

O segredo está em conhecer com profundidade cada um os ingredientes que você tem à disposição e saber utilizá-los para compor o prato que você deseja servir aos seus alunos. Afinal, há uma fase seguinte neste jogo. Há a chance de combinar um blend único, especial, com um sabor complexo e inigualável.

Podemos falar de blend quando tratamos de Educação? (Podemos sim. Este é um livro de storytelling e as metáforas – aqui – são sempre bem-vindas).

Sabemos quanto o blend é importante quando falamos de culinária. Sabemos que é possível se criar um bom café, uísque, vinho ou refeição com a combinação de sabores. Entretanto, não bastam bons elementos. É necessário saber como harmonizá-los. O mesmo fenômeno ocorre com a Educação.

Um professor excelente e experiente que domine apenas a aula expositiva tem um bom churrasco a oferecer. Não há motivo para demonizar a aula expositiva. Ela é um recurso de ensino eficiente. A questão é quando ela é o ingrediente único do seu almoço. Cadê o pão de alho? Onde estão a farofa, o vinagrete, o sambinha e a cerveja gelada?

No caso da Educação, há como se ter muito mais do que uma boa picanha no cardápio. Você pode preparar um delicioso PBL acompanhado de gamificação. Pode aplicar aula invertida com ensino híbrido. Pode aliar estudos do meio ao uso das narrativas. Há mil possibilidades de composição deste blend. Tudo depende dos elementos que você detenha, da sua criatividade e, é claro, da sua mão.

O problema é que, muitas vezes, não conhecemos os potenciais daquilo que dispomos. Nem todo professor, por exemplo, tem a real noção do poder das histórias para mobilizar seus alunos. Muitos nunca usaram gamificação. Não sabem o que é PBL ou aula invertida. Como fazer um bom blend ignorando as possibilidades dos ingredientes?

Para isto, há algumas saídas. Várias escolas brasileiras estão se inspirando no trabalho pioneiro de grandes universidades, como Harvard e Stanford, ou mesmo em diversas faculdades de medicina do país, as quais estão trabalhando com metodologias ativas e apresentando resultados revolucionários.

A grande sugestão que posso lhe dar, profissional de Educação, é que se aprofunde nos estudos das metodologias ativas. Tenho certeza de que você vai se diferenciar no mercado se tiver este repertório à mão, porque – estou seguro – o futuro da Educação é ativo.