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Rogue One

23 de dezembro, 2016 - por Max Franco

Rogue one não é só uma história Star wars, mas uma história de heróis comuns.

Afinal, não há jedis nesta aventura. A não ser que Darth Vader possa contar como jedi.
Darth Vader aparece pouco, mas ganha uma das suas melhores sequências de todos os filmes da franquia. Os atores da produção – os quais, muitos deles, eram crianças na época do primeiro episódio – confessaram ficar amedrontados quando o personagem do “lado negro da força” entrava em cena. Sem dúvidas, Darth Vader é um das criações mais emblemáticas da história do cinema. Talvez seja, inclusive, o bandido mais pop de todos os tempos.
Assisti a Rogue One com meu filho Arthur. Coisa que foi divertidíssima. O garoto tem 9 anos e, por isso, é um imigrante no território da saga Star Wars, enquanto eu sou nativo há 30 anos. Não sou fã de virar religião, mas admiro muito a produção icônica de George Lucas.
Alguns sabem que Star Wars foi um filme produzido e, principalmente, roteirizado a partir da obra do mitólogo e antropólogo americano Joseph Campbell. Campbell foi o estudioso que cunhou a expressão “Jornada do herói”, que é uma sequência clássica de fatos que tipificam todas as grandes histórias contadas pela humanidade. A saga do herói está presente nas lendas, nos mitos, nas crônicas de todas as épocas e culturas.
O sucesso de Star wars foi tão grande que acabou popularizando os estudos de Campbell. Na verdade, o DNA de Star Wars acabou disseminando em outras produções. Muitos dos filmes blockbusters aplaudidos em todo o planeta foram ancorados na estrutura da Jornada do herói, desde Rei Leão até Matrix. E muitos outros. Isto aconteceu porque um cineasta de Hollywood chamado Cristopher Vogler, após observar o sucesso de Star Wars, elaborou um pequeno manual e distribuiu para alguns roteiristas do trade. Sobre o que tratava o manual? Adivinha. Isso mesmo: a jornada do herói.
O resultado não poderia ter sido diferente. Viram que a fórmula funcionava e a replicaram em uma infinitude de produções cinematográficas.
Em Rogue One, o modelo também estava lá. Temos uma heroína vacilante, um mentor que a treinou, um portal a ser atravessado, inimigos formidáveis, aliados leais… Não falta nada da Jornada descrita por Campbell. Campbell que definia o herói como “alguém que se sacrifica pela coletividade”. Espero não ter dado spoiler.
O sacrifício em Rogue One não é feito, porém, por jedis com os seus inexoráveis sabres de luz e elementos mágicos. Foi exatamente o que notou Arthur, meu filho.
Pai, não há mágica neste filme, mas há. Na verdade, a mágica é a coragem!
Tem razão, Arthur. Está certíssimo. Rogue one é o filme mais humano da saga Star Wars, porque, justamente, quem salva o dia não tem nada de especial. São como nós. São heróis falíveis, inseguros, falhos, dúbios, humanos. Humanos como nós. Todavia, o filme demonstra como pessoas comuns podem realizar grandes feitos, quando se unem e tem coragem.
Nestes tempos de crise e de grandes inseguranças, Star Wars, mais uma vez, aparece para nos inspirar. Afinal, é para isso que servem os heróis.
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